Inquérito sobre as bombas em Brasília ficará com Alexandre de Moraes
Ministro afirmou, durante evento no Ministério Público, que caso das bombas guarda relação com gabinete do ódio de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes foi escolhido para ser o relator do inquérito que vai investigar as circunstâncias das explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite da última quarta-feira (13).
O inquérito foi inicialmente enviado ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, mas Barroso considerou Moraes o ministro “prevento” para analisá-lo porque é ele quem relata um outro inquérito similar, o do “gabinete do ódio” no mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante uma palestra que aconteceu nesta quinta no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Moraes disse que esse não é um “fato isolado” e que está inserido no contexto do “gabinete do ódio”, iniciado anos atrás.
“O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. E esse contexto se iniciou lá atrás, quando o gabinete do ódio começou a destilar ódio contra as instituições, contra o STF, contra autonomia do Judiciário, contra o STF, não só como instituição, mas contra as pessoas e famílias de cada um dos ministros”, disse.
“Isso foi se avolumando sob o falso manto de um uso criminoso da liberdade de expressão, de ofender, de ameaçar, de coagir. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso foi se agigantando e resultou no 8 de janeiro”, completou o ministro.
Responsável pelas bombas
As bombas detonaram em dois locais diferentes: a primeira foi em frente à Estátua da Justiça, que causou a morte de uma pessoa, e outra dentro de um carro (um Shuma da cor prata), que estava estacionado perto do Anexo 4 da Câmara dos Deputados.
A PF abriu inquérito para investigar o caso horas depois da explosão das bombas. Quando elas detonaram, o presidente Lula estava reunido com os ministros do STF Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
O atentado foi coordenado por Francisco Wanderley Luiz, que não só era o homem que morreu, como também era o dono do veículo que explodiu.