PF prende ex-assessor de Tarcísio em operação contra lavagem de dinheiro para o crime organizado
Diogo Cangera é apontado como peça-chave no esquema e suspeito de movimentar R$ 800 mi
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (26) o capitão da Polícia Militar Diogo Cangera, ex-assessor do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante uma operação que mira uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O grupo é acusado de movimentar cerca de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, sendo R$ 800 milhões apenas em 2024, utilizando fintechs ilegais como braço operacional.
A operação cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Campinas, Guarulhos, Florianópolis e Foz do Iguaçu. Conforme publicado pela Carta Capital, as investigações apontam que o esquema funcionava como um sistema bancário clandestino, movimentando aproximadamente R$ 120 bilhões no Brasil e no exterior. Países como Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos (Dubai) e Colômbia estão entre os destinos dos recursos ilícitos.
Diogo Cangera, que até setembro deste ano atuava na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes, é apontado como uma peça central no esquema. De acordo com a PF, ele captava clientes interessados em lavar dinheiro, realizar evasão de divisas ou ocultar bens, além de oferecer suporte logístico para as operações da organização criminosa. Após a prisão, ele foi levado para a sede da PF e transferido para o Presídio Militar Romão Gomes.
Em nota, o Palácio dos Bandeirantes afirmou que Cangera trabalhou na Casa Militar entre abril de 2012 e setembro de 2023 e que, durante esse período, não houve notificações de investigações contra o militar. A Corregedoria da Polícia Militar está acompanhando o caso e colaborando com as apurações.
Além das prisões, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores superiores a R$ 10 bilhões, envolvendo mais de 200 empresas. O esquema sofisticado atendia desde grandes organizações criminosas até pessoas físicas que buscavam serviços ilegais de movimentação financeira.
A operação revela a dimensão e o alcance do esquema, que ia além das fronteiras do Brasil, facilitando crimes como tráfico de drogas, armas, contrabando e outras práticas ilícitas. Ainda segundo publicado pela Carta Capital, as investigações, iniciadas em 2022, continuam para identificar mais envolvidos e desmantelar toda a rede de operações clandestinas.
LEIA TAMBÉM:
- Sem Bolsonaro, Tarcísio vai defender nome de Caiado para presidente
*Com informações da Carta Capital